quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Poema de estar só

As horas se estendem pela noite
E eu sigo na ausência de abraços e palavras
Na tv alguém fala de alguma nova moda
Que talvez amanhã eu mesmo venha provar
Mas agora, esse vazio do meu quarto
Parece invadir meus pensamentos
Além de me lembrar que hoje ainda é quarta-feira
Realidades assim me levam pra longe dos sorrisos
Pra longe dos abraços que eu tanto espero chegar
As palavras até chegaram, mas, que importa...
As horas ainda seguem pela noite
Alguém está cantando na tv
São duas vozes que se fundem e me confundem
Numa letra quase que autobiográfica
Me puxando novamente pra minha realidade
Nem percebi, madrugada chegou
Mas sem abraços, sem palavras, sem você...

Um comentário:

  1. " Diz que se você só planta uma espécie de coisa na terra por muitos anos, ela acaba morrendo. A terra, não a coisa plantada, entende? (...) Depois aos poucos vira deserto. Vão ficando uns pontos assim. Vazios, entende? Desérticos. Espalhados por toda a terra. (...) Assim como se você pingasse uma porção de gotas de tinta num mata-borrão. Eles vão se espalhando cada vez mais. Acabam se encontrando uns com os outros um dia, entende. O deserto fica maior. Fica cada vez maior. Os desertos não param nunca de crescer, sabia?"
    .
    (Pela Passagem de uma Grande Dor, Caio Fernando Abreu)

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