terça-feira, 5 de outubro de 2010

Poema de descoberta

Na euforia do instante
Trançamos palavras impensadas
Livres, soltas, mas nossas
Tu me chegas com teus risos
Com teu cheiro e certezas
E nos olhos de amêndoa e mel
Me lanço em abandono
No tear das horas
Que permeiam a madrugada
Nos descobrimos acontecendo
Em sintonia de querer estar no mesmo lugar
Assim nos descobrimos como cidade
Eu que sou cidade pequena
Onde todos se abraçam pela estrada
Sou cidade bucólica, com casas coloridas
Com melissas nas janelas
Cidade com gosto de abraço apertado
Onde os dias são sempre ensolarados
As noites são de lua e céu rajado de estrelas
Tem fins de tardes de verão que chove
Então se senta na varanda
Pra comer manga gelada com as mãos
Eu sou cidade pequena
Com gosto de abraço e cheiro de saudade
Tu me chega como cidade grande
Que segue rápido em direção a vontade que chega
Eu paro diante de ti e me alumbro
A tua grandeza me arranca o fôlego
Com tuas luzes e histórias
Com teus sentidos e recomeços
Com teus apelos e duras verdades
Preciso descobrir as tuas ruas, os teus destinos
Esses teus medos, esses teus caminhos...
Tu que tens cheiro de surpresa boa
E gosto de querer sempre mais
Cidade pequena passeia na cidade grande
Cidade grande descansa na cidade pequena
Vem descansar em mim
Que eu sou abraço forte em noite fria
Deixa eu passear em ti
Que me és surpresa tão encharcada de vontades...

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