Eu me apaixonei por uma menina
Que escreveu um poema ou crônica, não sei ao certo, mas que importa, se as palavras me chegavam tão cheias de urgências e apelos, me rendi.
E te imaginei, vestida de tarde de sol e perfume das flores da primavera, não estavas apenas perto, estavas em mim, em minha pele, queimando, atiçando, arrepiando...
Sorvi cada palavra que saia de tua boca como beijos de saudade, logo, a boca secou, olhos nos olhos, olhos se fecham, lábios entre abertos, te beijo, e sinto como se brasas me percorressem as vontades.
Me despi do que era e me vesti da poesia que derramavas sobre mim, tudo era entrega, um desmanchar de carícias a naufragar na ousadia que nos abandonamos.
Eu te desvendava, te conhecia, te provava, te encharcava, te prendia no querer de estar dentro de ti, na respiração em falsete e no sussurro te chamava de minha, me imputava ao teu corpo, as mãos apertavam, as coxas trançavam, a voz sumia... Já não existia mais tempo, nem dia, nem noite, agora somos apenas o silêncio que nos toma depois do amor...
Ela em mim se faz menina, se faz mulher, se faz de dona, se faz paixão, se faz poema...
Bruce
Nenhum comentário:
Postar um comentário